Alternativa para pequenos traficantes
O governo vai propor que pequenos traficantes, desarmados e sem comprovação de ligação com o crime organizado, não peguem cadeia. A ideia é usar penas alternativas para que essas pessoas não sejam cooptadas dentro de presídios pelas grandes redes criminosas e permitir que a polícia se concentre nos grandes traficantes. “Não é nenhuma questão de bondade ou leniência com o tráfico. É uma questão de estratégia”, afirma Pedro Abromavay, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. Essa e outras mudanças na lei antidrogas devem chegar ao Congresso até o final do ano. O ESP ouviu especialistas no assunto e, claro, as opiniões se dividem. “Quem acaba na cadeia é o criminoso pequeno, que vende droga para sustentar o próprio vício ou como forma de subsistência”, diz Sonia Drigo, consultora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. “O ambiente prisional brasileiro é da pior qualidade”, afirma o coronel da reserva da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho. Os que são contra, argumentam que o tráfico vai aumentar com a pena mais branda. “Penas assim serão ridicularizadas pelos bandidos, que vão aproveitar a situação para espalhar a droga para pequenos distribuidores”, opina Luiz Flávio Sapori, coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública da PUC-MG.
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