segunda-feira, 29 de junho de 2009

SERRA DECIDE CANDIDATURA SÓ EM MARÇO

A conjuntura política estende a decisão só para março de 2010

O Valor Econômico (íntegra para assinantes) diz que, em encontro há duas semanas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo, José Serra (PDSB), teria lhe revelado que só vai tomar uma decisão sobre sua eventual candidatura à Presidência em março do ano que vem, prazo-limite para se desligar do Palácio dos Bandeirantes e disputar o Planalto. Segundo o jornal, Serra não estaria disposto a perder o cargo de governador do Estado mais importante do país caso não tenha certeza de que entra para vencer – apesar de, por enquanto, todas as pesquisas indicarem seu favoritismo. A um interlocutor próximo, Serra teria afirmado: “É uma balela essa história de que sou candidato de qualquer maneira”. É difícil crer que Serra deixe passar a grande oportunidade de se tornar, enfim, presidente. Talvez seja uma estratégia de “congelar” o debate presidencial até o limite, evitando uma polarização antecipada que acabou favorecendo Lula em sua reeleição. Até março, Serra e os tucanos poderiam costurar melhor sua estratégia para derrubar o sucessor de Lula.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

FORMAÇÃO DE QUADRILHA FAMILIAR NO SENADO!!!

O que estamos assistindo no Senado é uma formação de quadrilha da coisa pública
O Estadão traz em sua manchete mais uma informação sobre a atuação do clã Sarney no Senado. José Adriano Cordeiro Sarney, neto do presidente da Casa, possui uma empresa de consultoria que faz a intermediação entre bancos e servidores para empréstimos com desconto na folha de pagamento, o chamado crédito consignado. O negócio, “que virou propriedade de familiares dos donos do poder“, como diz o jornal, está sendo alvo de investigação da Polícia Federal, por suspeita de corrupção e tráfico de influência. Em abril, a revista ÉPOCA já revelara o caso do ex-diretor de RH do Senado, João Carlos Zoghbi, que usou uma babá como laranja para receber de bancos que mantinham operações com sua consultoria em empréstimos para funcionários. O neto de Sarney diz faturar “menos de R$ milhões por ano” com a consultoria e afirma: “Não estou ganhando dinheiro porque sou neto de Sarney.”

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O DIPLOMA FOI SUSPENSO E AGORA?

Em países de primeiro mundo o diploma não é obrigatório

Supremo derruba exigência do diploma para jornalistas. Por oito votos a um, o Supremo revogou ontem a exigência do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista, atendendo a uma ação elaborada pelo Ministério Público Federal e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Em eu voto, o relator do caso, Gilmar Mendes, fez uma comparação polêmica do trabalho do jornalista com o do cozinheiro. “Um excelente chefe de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”. A Folha voltou a defender, em sua reportagem, sua posição contra a obrigatoriedade do diploma, sob o argumento de que afronta a liberdade. A decisão é certamente desanimadora para as faculdades de jornalismo, mas também não as exclui do jogo. No fim, o que vai ser decisivo entre o profissional de diploma e o não-diplomado continuará sendo a competência de cada um - e isso o mercado, bem ou mal, vai tratar de resolver.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

ATOS SECRETOS SÃO INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE INCORRETOS!!!

"INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE"
Artigo

Os atos secretos não republicanos do Senado

Mais uma vez a câmara alta do parlamento brasileiro presta um grande desserviço. Não falo especificamente da gestão do arenista José Sarney na presidência da casa, mas da “descoberta” dos atos secretos. Na verdade, o que houve foi uma abertura de mais uma caixa preta do trato da coisa pública com mãos e intencionalidade privada. Infelizmente, se queimou uma medida importante. Explico.

O ritual de segredo parlamentar costuma ser utilizado na relação com o Executivo para temas sensíveis. Lembro que em 2002, ainda no primeiro ano de mestrado em ciência política, fiz um trabalho que analisava as formas de controle do Congresso dos EUA para com a chamada comunidade de segurança e informações. Pois dentro do Capitólio operavam mais de 14 comissões e subcomissões, mistas ou exclusivas, e quase todas trabalhavam a maior parte do tempo em condições de segredo de Estado. Aplicava-se a condição secreta para uma matéria de envergadura e não para prebendas fisiológicas ou nepotismo.

Não quero dizer com isso que a democracia liberal estadunidense seja perfeita, muito pelo contrário. Mas, ao menos, neste ponto, se faz política em segredo para temas de ordem geral e não para o balcão de “secos e molhados” da cultura política paroquiana. Qualquer um que acompanhe a política sabe da importância do trato com a coisa pública. Em tese, qualquer ato de Estado – e por conseqüência de governo e de mandato – deveria obedecer aos princípios de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Publicidade. Sem exageros, quando são abertas as entranhas do Senado o que se vê é o oposto disso.

Para complicar a situação, não é justo mandar a conta dos atos secretos apenas para o diretor-geral, os senadores que compõem a Mesa Diretora ou o presidente e o primeiro-secretário de turno. Em alto nível decisório, não há inocência política. Consente quem cala e comete crime por omissão. Não é aceitável um senador que argumente desconhecer o rito e regimento interno da casa. Simplesmente, o detentor de mandato é pago pela nação para legislar e tem por obrigação conhecer as normas de funcionamento de seu posto. O mínimo que se exigiria do Senado é a devassa total dos atos secretos nos últimos 14 anos, uma medida urgente proibindo qualquer forma de nepotismo (direto ou cruzado) até o terceiro grau de parentesco e o ressarcimento imediato dos recursos gastos a partir de atos não públicos.

Esse receituário, de base institucionalista e procedimental, seria o paliativo para dar sobrevida ao capital político do combalido Senado brasileiro. Mas, a experiência nos diz que isso jamais ocorrerá de forma sumária. Ao contrário, cada medida de transparência no parlamento nacional é uma conquista da sociedade, a duras penas arrancada.

Bruno Lima Rocha é cientista político (http://www.estrategiaeanalise.com.br/ / blimarocha@via-rs.net )

terça-feira, 16 de junho de 2009

PORQUE OS BRICS ESTÃO SE UNINDO?


Começa hoje a cúpula dos Brics, em Ecaterimburgo, na Rússia. Será a primeira vez em que os líderes de Brasil, Rússia, Índia e China se reúnem para discutir estratégias comerciais conjuntas. Criado da cabeça do economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, em 2001, o grupo informal ganhou uma concretude surpreendente (a ponto de se fazer esta cúpula), mas ainda está longe da coesão. Uma análise do diário britânico Financial Times diz que os Brics têm “peso e potencial, mas poucas outras coisas unem o bloco“. “As estruturas das quatro economias são muito diferentes, com o Brasil se especializando em agricultura; a Rússia em commodities; a Índia em serviços; e a China em manufatura. Sua experiência com a recessão global também é muito diferente”, diz o FT. E conclui que talvez o maior laço seja a vontade de que os EUA não mantenham uma supremacia econômica tão grande. Só não se sabe se isso será suficiente para alinhavar acordos importantes entre si. Em artigo para o diário espanhol El País, Lula diz que os Brics chegaram à “maioridade” e que é hora de “tomar decisões difíceis e assumir responsabilidades coletivas”.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

EDUCAÇÃO - ALUNOS DO PROUNI TÊM NOTAS ACIMA DA MÉDIA

Ao que parece, é que tudo é uma questão de oportunidade

A reportagem que está na manchete da Folha de hoje traz uma comparação entre o desempenho de bolsistas do ProUni e seus colegas de curso e mostra que os beneficiados pelo programa federal têm um desempenho no mínimo igual e algumas vezes superior no último ano do curso. Segundo os dados, calculados pelo Inep, um instituto de pesquisas do Ministério da Educação, em dois cursos (biomedicina e radiologia) o desempenho dos bolsistas é muito melhor. Nos outros oito cursos avaliados, os bolsistas levam vantagem em quatro deles e perdem em outros quatro, mas sempre por uma diferença irrelevante. Como mostra a Folha, os dados comprovam o que as universidades particulares já perceberam: que o nível dos alunos não caiu com o ProUni. Falta ainda saber o tamanho do impacto do programa para a inclusão de alunos pobres nas universidades, o que é fundamental para a evolução do debate.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

CRIVELLA É UMA DAS OPÇÕES DO PLANALTO PARA VICE DE DILMA

Qual o interesse em ser Embaixador nos EUA...

Diante da falta de aprovação popular do governador Sergio Cabral no Rio, o Planalto já vê como alternativa, o nome do Senador Marcelo Crivella para vice de Dilma Roussef na campanha de 2010 para presidente. O peso também se dá por um motivo muito simples. O Senador teve cerca de 5 milhões de votos nas últimas eleições, tem a Igreja Universal como sustentação eleitoral e a Rede Record, que anda na cola da Globo. Certamente o vice-presidente José de Alencar, não será candidato na nova chapa presidencial. Mas o PMDB não abre mão de ter a vice-presidência. Um senador da base aliada revelou nesta sexta-feira em Brasília, que é inexorável o partido na chapa presidencial. O Senador Marcelo Crivella foi procurado em seu gabinete para comentar a preferência de seu nome na chapa, e não foi encontrado. Um assessor, disse que o senador quer ser embaixador do Brasil nos EUA, e que não seria de novo candidato.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ESTRANGEIROS NO VÔO MOSTRA A IMPORTÂNCIA DO BRASIL

A sede da Bovespa, uma das mais importantes bolsas do mundo

A lista oficial com os nomes dos passageiros do voo 447 não saiu, mas a divulgação de alguns dos que embarcaram – confirmada pelos familiares – e também das nacionalidades dos 228 a bordo chamou a atenção do The Wall Street Journal. O jornal americano diz que a relação de passageiros, quando oficializada, será “um trágico testamento da crescente importância do Brasil nos negócios globais”. Segundo o WSJ, o voo levava executivos de empresas de ponta, que geralmente ocupavam a classe executiva e a primeira classe desse voo transatlântico. E cita a presença, já confirmada pelas próprias companhias, de diretores da francesa Michelin e da alemã Thyssen Krupp, além de funcionários da Petrobras e da Vale. E não esquece de mencionar a presença da “elite brasileira”, representada por Pedro Luís de Orleans e Bragança, quarto na linha sucessória da família real.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA É FINANCIADO PELO GOVERNO, DIZ O GREENPEACE


Um relatório da ONG ambientalista Greenpeace acusa o governo brasileiro de financiar, indiretamente, o desmatamento da Amazônia. “De acordo com a ONG, de 2007 a 2009, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou créditos de US$ 2,65 bilhões para pecuaristas, que seriam responsáveis por 80% da devastação da floresta, ajudando a alimentar uma cadeia de indústrias que impulsionam a destruição”, diz O Globo. Ironia ou não, no programa Café com o Presidente desta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “cada vez mais o Brasil está dando lições ao mundo de como nós temos que fazer para diminuir as queimadas, para diminuir o desmatamento”.